K-Music uma arma???

'Novelas e músicas da Coreia do Sul ultrapassam a fronteira e aproximam os dois países inimigos!'

Manchete da revista 'ÉPOCA', no dia 22 de Janeiro de 2011.

A Hallyu (onda coreana desde 1990) ultrapassou o controle da rival Coréia do Norte e conquistou parte daqueles que se encontram sob o domínio do governo comunista. As novelas e músicas dançantes têm sido um assunto forte dos capitalistas sul-coreanos para aproximar os dois países separados desde o fim da Guerra da Coreia, em 1953.

Discretamente, Kim (um refugiado norte-coreano que vive no Sul desde 1996 e que fundou a associação 'Pessoas pela Reunificação Bem-sucedida da Coreia') declarou que se conecta por telefone quase diariamente com a Coreia do Norte, já que os habitantes próximos à fronteira com a China escondem celulares operados por companhias chinesas que os permitem saber o que acontece atrás dos muros de seu país. Um grande número de norte-coreanos já não vive alheio ao mundo que os rodeia como há dez anos, quando ser descoberto com filmes sul-coreanos, uma bíblia ou um receptor de rádio não autorizado era garantia de punição com trabalhos forçados.

Para Yang Un-chul, especialista em Coreia do Norte do Instituto Sejong, no regime comunista estão ocorrendo mudanças inéditas com "a chegada de mais informação de fora e experiências de sobrevivência no livre mercado". Para o especialista, Kim Jong-il já não consegue manter sua imagem de líder infalível, sobretudo após a repentina reforma monetária que promoveu em 2009 para evitar o comércio com moeda estrangeira, o que provocou protestos e não foi eficaz na extinção do mercado negro.

Yang relata, que apesar das mudanças em lugares como a capital, Pyongyang, e nas províncias vizinhas à China. Nas regiões rurais, o isolamento e a fé no sistema continuam sendo a tônica. Nas metrópoles e nas regiões de fronteira, a música e os doramas ganharam a admiração dos jovens norte-coreanos, que imitam seus artistas favoritos e obrigaram o regime a relaxar suas leis rígidas, segundo relata a imprensa por meio de informantes do norte.

O Ministério da Defesa sul-coreano começou a discutir a possibilidade de utilizar a cultura pop, com suas atraentes atrizes e cantores, como instrumento para desmoralizar as tropas norte-coreanas, segundo o jornal conservador "Chosun Ilbo".

O professor Kim Young-soo, da universidade sul-coreana de Songang, apresentou recentemente um novo e completo relatório sobre as novas tendências na Coreia do Norte com base nos depoimentos de 2 mil exilados norte-coreanos que acabavam de escapar de seu país. Segundo a pesquisa, as jovens norte-coreanas gostam cada vez mais de se vestir com calças jeans apertadas, no lugar dos vestidos tradicionais e dos uniformes, enquanto os dramas sul-coreanos vendem absurdamente.  [...] Os dvds chegam à Coreia do Norte em DVD através da fronteira com a China sem muitas complicações e se transformaram em uma alternativa à televisão estatal, que monopoliza as telas do país com marchas militares, imagens do ditador Kim Jong-il e notícias carregadas de linguagem hostil.

O isolamento da Coréia e o distanciamento das mesmas anda gerando um despertamento dos norte-coreanos em aprender os costumes do seu rival.

O KDOfficial levanta algumas questões em relação a matéria aqui apresentada:

- Como sistemas tão diferentes podem conviver lado a lado?

- Vocês acreditam que o k-music possa estar sendo usado como arma de sedução para atrair adeptos à cultura capitalista?

- O sistema capitalista é uma vitrine de luxo. Vocês acreditam que o Kpop é uma linda vitrine, ainda mais sendo vista de fora?

A matéria do site 'ÉPOCA' sofreu algumas pequenas modificações pelas autoras do KDOfficial, confira a matéria original.

Créditos: ÉPOCA

Colaborador: Luís Emílio

Matéria: Elaine França & Mitsuyia